Expulsos de favela em Ribeirão Preto “garimpam” em busca de bens

Desde o final da tarde de terça-feira (5) e ontem, durante o dia todo, ex-moradores da favela da Família, na cidade Ribeirão Preto, vasculharam os escombros deixados pelos tratores que derrubaram os barracos, após a ação da PM que esvaziou o local.

A área ocupada fica na região do Jardim Aeroporto. Cerca de 700 famílias que vivem no local foram informadas na semana passada sobre uma decisão judicial de reintegração de posse da área, que é particular. Houve confronto entre moradores e policiais durante a reintegração.

Entre pedaços de madeira, arame, ferro retorcido e pequenos montes de entulho incendiados os desabrigados procuravam recuperar bens, dinheiro, roupas e documentos.

O segurança Gilmar da Silva, 55, ficou durante a manhã de ontem separando e queimando tábuas do seu antigo barraco. Ele disse que é aposentado por motivos de saúde e que tentava encontrar algum bem que tivesse sobrado.





“Só posso lamentar. Meus documentos e tudo o que eu tinha está embaixo desse monte de madeira.”

Questionado sobre o aviso prévio de que os moradores teriam de sair, Silva disse: “Na verdade, ficou uma confusão. Uns diziam que a gente ia ter de sair, depois outros falavam que não. No fim, ficou tudo em cima da hora”.

A desempregada Ana Maria Rodrigues de Moura, 50, afirmou que foi ‘arrancada’ por um policial da casa onde morava com o marido e dois filhos.

“Eu não tive tempo de fazer nada, nem de voltar para pegar a minha bolsa com os documentos.” Ela contou ter retornado ao local anteontem e conseguido recuperá-los. “Mas as coisas do meu marido não consegui achar.”

O cenário de destruição também foi visitado por moradores de favelas próximas, que estavam em busca de algo que pudesse ser reaproveitado.

Fonte: Folha.com





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