Fila por cirurgia no HC de Ribeirão só afeta pacientes do SUS, diz sindicato

Vítima de um acidente há cerca de uma semana, Darlei Rodrigues, de 17 anos, precisa de um enxerto no braço, mas ainda não conseguiu uma vaga para cirurgia no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (SP). Internado na Santa Casa à espera de uma transferência, o adolescente exemplifica a crítica do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), que considera a fila um problema exclusivo dos pacientes que dependem do Sistema Único de Saúde.

“Existem dois HCs. O HC para o atendimento particular, que funciona muito bem, e para o paciente do SUS, onde se encontram muitas filas e uma espera de anos”, disse o diretor regional do Simesp, Ulysses Strogoff de Matos. Um ano depois do fim da greve dos médicos assistentes do hospital, o sindicato diz que a fila por cirurgias não diminuiu. “O problema da fila não foi resolvido no hospital e não há perspectiva disso”, comentou Matos.

Segundo o sindicato, a situação de Darlei Rodrigues é reflexo da greve da categoria, que durou sete meses e terminou há um ano. Na época, logo depois da greve encerrada em 15 de dezembro de 2011, o superintendente do HC disse que a fila de espera por cirurgia seria reduzida, mas isso não foi observado, segundo Matos. “Os médicos são obrigados a dobrar de horário porque faltam profissionais. São 40 para uma necessidade de pelo menos 100 médicos”, opinou o diretor. Matos disse ainda que cerca de 50 mil exames estão à espera de laudo no HC.





Sofrimento
A família do jovem Darlei não se conforma com a situação e busca uma solução. “A Santa Casa não tem condições de fazer a cirurgia e apenas o HC consegue fazer”, explicou Célia Rodrigues, mãe do rapaz. “O HC rejeitou o meu filho duas vezes que nós já tentamos interná-lo”, disse. O pai está indignado com a impossibilidade de transferir o filho. “Eles não querem aceitar o meu filho e isso está complicando a nossa situação”, disse o soldador Varlei Rodrigues.

HC

Em nota, a assessoria de imprensa do HC informou que o bloco cirúrgico está funcionando com capacidade plena e que, no segundo semestre, houve aumento de 15% no número de cirurgias em relação ao primeiro semestre.

A assessoria de imprensa do hospital também informou que a carga horária de procedimentos de anestesia teve aumento de 40%. Sobre a emissão de laudos, o HC informou que trabalha para que a situação volte ao normal o mais rápido possível.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde, por sua vez, disse que houve remanejamento de pacientes do HC para outros hospitais do estado instalados na cidade e na região por causa dos atrasos provocados pela greve dos médicos ocorrida no ano passado.

Fonte: G1





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