Preço aquece venda de casas inundadas em Ribeirão Preto

O preço baixo, resultado da desvalorização de imóveis atingidos pela inundação, e a esperança nas obras antienchente têm levado algumas famílias carentes a comprar ou alugar casas na Vila Virgínia em ruas atingidas pelos alagamentos na cidade de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

Há compra de imóveis por valores baixos, como R$ 10 mil, na avenida Álvaro de Lima, e também nas ruas Vitória, Ana Nery e Miguel Couto, próximas ao ribeirão Preto, segundo a Associação de Moradores da Vila Virgínia.

Os novos moradores sabem dos riscos. Na última quarta, por exemplo, uma forte chuva inundou o local e 30 pessoas foram tiradas de bote pelos bombeiros.

A aposentada Eunice de Oliveira Santos, 64, pagou R$ 10 mil em um conjunto aos fundos de uma casa na Álvaro de Lima.

Ela comprou o imóvel para a neta e os três filhos. “Eles estavam vivendo em uma casa abandonada. Comprei parcelado com o dinheiro que peguei no banco”, disse.





O pintor Vicente Carlos Santos Pinto, 49, pensa mais no futuro. Ele se mudou há oito meses para a casa, que pagou R$ 22 mil.

Ele já sofreu cinco enchentes, mas arriscou em adquirir o imóvel pensando, um dia, no fim das inundações com as obras antienchente.

“Eu sabia que aqui alagava, mas pensei na obra que chegará até aqui.”

LOCAÇÃO

Outra opção tem sido alugar imóveis. A dona de casa Conceição Aparecida Pereira, 53, mora há um ano e sete meses na Álvaro de Lima.

Ela paga apenas R$ 150 em um imóvel de quatro cômodos, onde vive com o marido, duas filhas e seis netos. “Eu pagaria R$ 400 de aluguel em uma casa dessa”, disse.

A economia, porém, não evita o transtorno das enchentes -já foi vítima de quatro. “Cama eu nem tenho mais, não posso nem comprar que estraga.”

A dona de casa Romilda Cordeiro de Oliveira, 27, paga R$ 160 na casa onde vive de aluguel, há dois meses. Cadeirante, se arrisca ao estar tão próxima do córrego. “É difícil, mas estamos aqui só por necessidade.”

Fonte: Folha.com





2 Comentários

  1. Cleonice Marcolino 21 de março de 2011

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