Ribeirão Preto é a segunda cidade do interior paulista com o maior número de favelas. São 26 aglomerados subnormais, conforme mapeamento divulgado nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Campinas lidera o ranking com 113 favelas.
O objetivo do levantamento é contribuir com as administrações municipais para o desenvolvimento de políticas públicas na área habitacional. Os dados foram coletados durante o Censo de 2010.
Na época do levantamento, a cidade de Ribeirão Preto tinha 14.117 pessoas morando em barracos ou em casas de alvenaria erguidas em áreas invadidas. São 3,7 mil moradias em condições precárias, segundo o Censo. Dos 14,1 mil habitantes, a proporção de homens e de mulheres é a mesma morando em favelas.
Na tentativa de viver em condição mínima, o abastecimento de água e energia elétrica ocorre a partir de ligações clandestinas na rede oficial, os populares “gatos”. Porém, o esgoto é despejado na rede pluvial e escorre a céu aberto dentro das comunidades.
Divergências
A realidade habitacional de Ribeirão Preto apresentada pelo IBGE se contrapõe ao do Plano de Habitação de Interesse Social) da Prefeitura de Ribeirão, com dados de outubro de 2010. No diagnóstico feito pela administração municipal, são 26.077 pessoas morando em 42 favelas. A diferença ocorre devido ao critério de definição adotado pela IBGE e pela Prefeitura.
Para o IBGE, favela é um conjunto construído de, no mínimo, 51 unidades habitacionais (casas ou barracos) em áreas invadidas. Já a administração municipal considera favela o grupo de barracos, independente do número, erguidos em áreas invadidas. A prefeitura mantém programas de desfavelamento (leia mais ao lado).
Com número maior
A cidade de Piracicaba, com 25 favelas, 14.845 moradores em casas irregulares, número maior que Ribeirão. No caso de Campinas são 148.278 habitantes em 113 favelas.
Prefeitura diz ter beneficiado mais de mil pessoas
Segundo o secretário da Casa Civil, Luchesi Junior, a prefeitura fez avanços na área de moradia nos últimos anos. “Conseguimos acabar com a favela Itápolis, Adamantina, Brejo, Vila Zaneti, Vila Mariana. Ajudamos os moradores da Favela Faiane”, diz. A previsão é de entregar 240 casas para famílias da favela da Mata até o fim deste ano. Outras 220 moradias serão entregues no início de 2012.
Capital e litoral
A região metropolitana e o litoral paulista concentram o maior número de favelas no estado. São Paulo tem 1.020 favelas, segundo o Censo. Carapicuíba, Embu, Guarulhos, Mauá, Osasco, Santo André e São Bernardo do Campo também têm mais favelas que Ribeirão. No litoral, Guarujá tem 46 favelas e São Vicente 27.
Fonte: Jornal A Cidade