Ruína de fábrica vira moradia de viciados em crack em Ribeirão Preto

As ruínas da antiga fábrica de tecido Cianê-Matarazzo, no bairro Campos Elíseos em Ribeirão Preto (SP) estão sendo usadas como local para o consumo de crack. A qualquer hora do dia ou da noite, usuários da droga podem ser flagrados no lugar, que é tombado pelo patrimônio histórico, mas nunca recebeu restauração.

Moradores que vivem nas redondezas reclamam da insegurança. O funileiro Paulo Roberto Machado afirma que já foi assaltado por usuários. “Faz 40 anos que eu tenho uma oficina aqui, eu cansei de ser roubado. Esse pavilhão aberto aí é um antro de bandido. O pessoal do bairro inteiro está desanimado com isso aí”, diz.

Na semana passada usuários de droga foram flagrados a poucos metros da antiga fábrica, na Avenida Eduardo Andrea Matarazzo – conhecida como Via Norte – consumindo o entorpecente ao lado de uma ciclovia. A Guarda Civil Municipal da cidade realizou ronda e chegou a deixar guardas em uma viatura vigiando a área. Com a repressão, os dependentes migraram de local.
A Fábrica

Os antigos barracões da fábrica das Indústrias Reunidas Matarazzo, que funcionou de 1945 a 1981, foram tombados em 2010 como patrimônio histórico. O local tem ao todo 39 mil metros quadrados. Em outubro de 2011 o telhado de um dos galpões desabou após um incêndio.





A Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto estudava a instalação da Faculdade de Tecnologia (Fatec) de Ribeirão Preto no local, mas o Governo do Estado definiu que a instituição será implantada no bairro da Vila Virgínia. A Fatec ficará em uma área com 22 mil metros quadrados localizada na confluência da Rua Visconde de Inhomirim, com a Avenida Pio XII e Avenida Monteiro Lobato.
Tratamento

O médico Alexandre Souza Cruz, coordenador dos Centros de Atenção Psicossocial em Ribeirão (Caps), estima que existam até mil usuários de crack na cidade e explicou que a dependência química só é resolvida com um trabalho conjunto. “É necessária articulação de vários setores: saúde, social, segurança pública. O que acaba ocorrendo é que as pessoas criminalizam a situação e esses usuários acabam presos. Uma parte importante dos usuários quer tratamento, quer ajuda”, afirmou.

Prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Ribeirão informou que as ações de combate às drogas e de atendimento aos usuários vão continuar, inclusive no prédio da Cianê, onde a Guarda Municipal faz Rondas Periódicas.

Fonte: G1





Deixe seu comentário