O presidente da Companhia Habitacional (Cohab), da cidade de Ribeirão Preto, Silvio Martins, disse que só dará detalhes das listas dos mutuários do Conjunto Habitacional Paulo Gomes Romeo em juízo. “Não daremos mais informações à imprensa”, declarou.
A distribuição das moradias populares está sendo alvo de investigação, após a denúncia de que duas mulheres estariam cobrando para colocar o nome de pessoas nas listas.
Martins afirmou que as listas existentes serão entregues à polícia. O presidente defendeu os critérios de seleção aplicados na distribuição das casas. “As listas são passadas pela Cohab, mas passam por um crivo na CDHU, se a pessoa já passou por um processo de seleção, ela não participa de outros”, afirmou.
O gerente regional da CDHU, Milton Vieira de Souza Leite, disse que não realiza sorteios em conjuntos destinados ao desfavelamento, como é o caso do Paulo Gomes Romeo. “Temos uma parceria com a Prefeitura Municipal, o Governo Federal com as obras do PAC e a CDHU, com a parte de financiamento para atender as famílias que estão na área de ruído no entorno do aeroporto Leite Lopes.
A CDHU edifica as unidades habitacionais, que são casas, a Prefeitura, por intermédio da Cohab, nos fornece a seleção das famílias que já foram daquele núcleo de favela e publica no Diário Oficial do Município essas famílias. Aí nós, então, recebendo essas planilhas, fazemos o processo seletivo para habilitar essas famílias com direito ao financiamento”, explica.
Segundo Leite, no Paulo Gomes já foram entregues 249 unidades e há um processo de habilitação para mais 240 famílias que deverão receber as casas no início de 2012.
Ministério Público
O Ministério Público de Ribeirão Preto quer comparar as duas listas de distribuição das casas populares de Ribeirão Preto. A primeira foi feita em setembro de 2007 e tem o cadastro dos moradores das favelas no entorno do aeroporto Leite Lopes. A segunda, de outubro deste ano, tem a relação dos nomes das pessoas da região que receberam casas e é revisada com a identificação de pessoas que antes foram listadas apenas com o apelido.
“Já pedi as duas listas e quero fazer a comparação”, diz o promotor Sebastião Sergio da Silveira.
O advogado de defesa de Marta Aparecida Mobiglia, uma das suspeitas de vender as casas, disse que vai entregar a lista com o nome das pessoas que pagaram pelos imóveis. Ele também vai indicar pistas que podem ajudar nas investigações como os números de telefones e os locais onde o dinheiro e os documentos eram entregues.
Fonte: EPTV
