Retiradas à força de favela, 50 famílias passam noite ao relento em Ribeirão Preto

Pelo menos 50 famílias arrancadas à força nesta terça-feira de uma favela em guia de Ribeirão Preto, no norte paulista, durante reintegração de posse, passaram a noite dormindo num terreno de ao lado da área destruída. A temperatura mínima na cidade ficou em torno de 12 graus e um empresário da região instalou uma cobertura, para evitar que crianças e adultos dormissem ao relento. Eles não receberam cestas básicas ou agasalhos e a Prefeitura ofereceu 130 vagas no Cetrem, o centro de triagem que abriga moradores de rua. Cerca de 700 pessoas moravam na favela.

Os moradores denunciam violência e dizem que os soldados invadiram os barracos e não deixaram sequer que retirassem roupas para as crianças.





A Polícia Militar vai apurar as denúncias de abuso durante a reintegração. A favela foi invadida pelos policiais militares com cavalaria, cães e armas de borracha. Muitos tiros de borracha foram disparados e gases de efeito moral foram usados para obrigar as pessoas a saírem dos barracos.

Com o frio desta madrugada, uma fogueira foi acesa no local para dar luz e calor aos que ficaram sem casas. Os móveis que restaram são apenas algumas cadeiras.

Os desabrigados pedem inclusão em programas sociais como “Bolsa Família” e em planos de habitação como o “Minha Casa, Minha Vida”.

Na manhã desta quarta-feira, o local recebeu doações de alimentos. Os que permanecem no local alegam que não tem para onde ir.

A favela do Jardim Aeroporto tinha aproximadamente 230 barracos. Segundo a prefeitura, a área é particular e começou a ser invadida em fevereiro deste ano e desapropriada pouco tempo depois. Os barracos foram demolidos com a ajuda de máquinas.

Fonte: SPTV





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