Ribeirão Preto: grandes redes de supermercados abrem mão de sacolinhas plásticas e consumidor tem de se ajustar

Grandes redes de supermercados que atuam em guia de Ribeirão Preto como grupo Pão de Açúcar, Carrefour, Walmart, Savegnago, Rede 10 e Mialich já aderiram à campanha “Vamos Tirar o Planeta do Sufoco”.

A campanha prevê que, a partir do dia 25 de janeiro, os supermercados parem de distribuir as sacolas plásticas convencionais, derivadas de petróleo.  A campanha é facultativa, por isso, nem todos os estabelecimentos vão parar a distribuição.

Segundo o gerente regional da Apas (Associação Paulista de Supermercados), Thiago Albanezi, aproximadamente 70% das lojas de Ribeirão Preto já aderiram à campanha. Em seis meses, a estimativa é de que esse número ultrapasse os 95%.

A mudança é resultado de um acordo firmado entre as redes varejistas e a Apas. Os consumidores vão ter de levar as compras pra casa em sacolas biodegradáveis, que passarão a ser vendidas a R$ 0,19 pelos estabelecimentos, ou em sacolas retornáveis, de tecido ou outro material.

De acordo com Albanezi, Ribeirão Preto tem mais de 200 mercados, supermercados e hipermercados. Ele afirma que o ribeirão-pretano gasta, em média, 66 sacolas plásticas por mês.

O resultado desse gasto são quase 40 milhões de sacolinhas, que, segundo Albanezi, são usadas indiscriminadamente. “Dessas 66 sacolas por pessoa, o consumidor pegou 59 delas em supermercados”, diz.

O gerente regional da associação afirma que a campanha pretende acabar com o descarte indiscriminado no prazo de um ano.

“A exemplo de outras cidades que já colocaram a campanha em prática, pode-se reduzir a 5% do gasto atual. Isso seria chegar a um uso de 2 milhões de sacolinhas por mês”.

De acordo com a Apas, mais de cem cidades em todo o Estado de São Paulo já confirmaram adesão à campanha. O dia 25 de janeiro foi escolhido devido ao aniversário da cidade de São Paulo.

Economia





A economia deve ficar do lado dos donos de mercados, que vão poupar mais de R$ 1 milhão por mês com a campanha. A sacola convencional, derivada do petróleo, custa R$ 0,03 a unidade para a empresa.

Já as sacolas biodegradáveis, de amido de milho, devem ser vendidas a preço de custo pelos estabelecimentos comerciais. Os consumidores poderão optar pelas sacolas reutilizáveis, vendidas a partir de R$ 5 pelas redes.

De acordo com o gerente regional da Apas, Thiago Albanezi, a campanha vai incentivar o uso das retornáveis. “A sacola biodegradável é uma opção descartável, mantida para aqueles consumidores que foram desprevenidos ao mercado”, afirmou.

Albanezi afirma que a sacola de plástico não é gratuita, como todos pensam. Segundo ele, o preço da embalagem “oferecida” pelo mercado é embutido no valor de outros produtos.

Prós e contras

A abolição das sacolas plásticas derivadas de petróleo tem causado polêmica entre indústrias, supermercados e ambientalistas.

Os fabricantes alegam que a proibição da distribuição de sacolas vai causar demissão em massa e não trará tantos benefícios ao meio ambiente.

Um pesquisa encomendada pela Plastivida (Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos) afirma que há um índice elevado de contaminação por bactérias e coliformes fecais em sacolas reutilizáveis e caixas de papelão.

Outro contra apontado pela instituição é o de que, com a abolição das sacolas, haverá o aumento do uso de sacos de lixo. Além disso, eles apontam que o consumidor será punido ao ter de comprar as novas sacolas.

Os prós apontam alguns benefícios que a proibição pode trazer ao meio ambiente. As sacolas derivadas de petróleo demoram perto de 400 anos para se decomporem, além de liberarem substâncias tóxicas.

Já as biodegradáveis duram até dois anos no meio ambiente e são feitas com matéria-prima renovável.

Outros pontos abordados pelos defensores da proibição são os de que as sacolinhas sobrecarregam e diminuem o tempo útil de aterros sanitários, ajudam no entupimento de bueiros e aumentam as chances de enchentes.

Fonte: Ribeirão Preto Online





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